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CORPOS EM MOVIMENTO: EM SUA 14ª EDIÇÃO, BIENAL SESC DE DANÇA COMEMORA 10 ANOS EM CAMPINAS

Em uma edição de celebração, o festival apresenta ações inéditas,

como o projeto educativo voltado à mediação em dança.

Com cerca de 80 atrações, a Bienal Sesc de Dança ocupa ruas, teatros e promove

encontros com espetáculos, performances, instalações, música e

ações formativas que transformam Campinas em palco da diversidade e da criação


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A dança toma conta de Campinas em 2025. De 25 de setembro a 5 de outubro, a cidade se transforma em palco da 14ª Bienal Sesc de Dança, que comemora dez anos de história na região e reúne corpos, ritmos e linguagens de diversos cantos do mundo. São cerca de 80 atividades – entre espetáculos, performances, instalações e ações formativas – representando 18 países e 10 estados brasileiros, que expandem os limites da cena contemporânea e convidam o público explorar novas percepções e reflexões.

 

Realizada pelo Sesc São Paulo, com apoio da Prefeitura Municipal de Campinas e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Bienal chega a sua quinta edição em Campinas – o festival acontece na cidade desde 2015, após oito edições em Santos (de 1998 a 2013) – reafirmando a dança como espaço de encontro, diversidade e invenção. Danças cênicas, urbanas, populares, experimentais e comunitárias compõem uma programação vibrante que mistura tradição e vanguarda, colocando em diálogo artistas consagrados e novas vozes.

 

A 14ª Bienal Sesc de Dança tem início no dia 25 de setembro, quinta-feira, às 19h30, no Sesc Campinas, com O Balé que Você Não Vê, criação recente do Balé Folclórico da Bahia. A montagem leva o público aos bastidores da companhia, revelando a força e os desafios de quem mantém viva a dança afrobaiana profissional no Brasil.

 

Fundado em 1988, o grupo completa mais de três décadas de trajetória e é considerado uma das principais companhias profissionais de dança folclórica do país. Com direção artística de José Carlos Arandiba, o Zebrinha, e direção geral de Walson “Vavá” Botelho, o espetáculo traz para a cena coreografias que transitam entre tradição e contemporaneidade assinadas por nomes como Nildinha Fonseca, Slim Mello, Carlos Santos e Rosângela Silvestre.

 

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Além dos espetáculos em vários pontos da cidade, a Bienal se espalha por Campinas com performances de rua, intervenções em espaços públicos e atividades voltadas ao público infantil e familiar, como apresentações e jams dedicadas às crianças. A programação inclui ainda ações formativas, que vão de oficinas a encontros teórico-práticos com artistas nacionais e internacionais, um inédito projeto educativo de mediação em dança e a presença da Banca Tatuí com publicações especializadas. Assim, o festival cria uma rede de experiências, contextos e linguagens, convidando o público a habitar a dança em suas múltiplas formas de expressão, reflexão e convivência.

 

Para Luiz Galina, diretor do Sesc São Paulo, a dança, antes mesmo da palavra, se faz linguagem, território político e poético capaz de propor outros modos de conviver e sonhar o mundo. “A Bienal Sesc de Dança 2025 nasce desse lugar, como espaço de partilhas entre artistas e públicos, onde experiências desafiam fronteiras entre quem dança e quem observa. Mais do que um evento, ela reafirma o compromisso do Sesc em criar espaços de escuta, reflexão e transformação, investindo na potência do corpo como ferramenta de conhecimento e convivência coletiva”, destaca ele.

 

Dança como identidade

Se a abertura da Bienal evoca raízes e memórias com o Balé Folclórico da Bahia, a curadoria de 2025 amplia esse gesto inaugural para uma constelação de diálogos que conecta a criação em dança ao redor do mundo. Ao lado das apresentações internacionais, a produção brasileira de dança contemporânea ganha destaque ao revelar a potência de seus corpos, memórias e territórios, em sintonia com a cena global.

 

A seleção de espetáculos, assinada por um grupo  de programadores do Sesc São Paulo – Ana Carolina Massagardi, Ana Dias de Andrade, Augusto Braz, Cléber Tasquin, Maitê Lacerda, Marcos Takeda, Marcos Villas Boas, Mateus Menezes, Paula Souza, Sara Regina Centofante, Simone Aranha, Talita Rebizzi e Vinicius Souza – em parceria com o artista convidado Flip Couto, cuja trajetória valoriza as estéticas negras, o hip-hop e o universo ballroom, reafirma a dança como força de comunidade e de valorização social. Entre os temas em evidência está a resistência colonial, presente em obras do Brasil, do Chile e de Guadalupe, nas quais a dança se afirma como aliada na preservação da vitalidade e da identidade, devolvendo ao corpo seu lugar de brincar.

 

A Bienal de 2025 marca um momento inédito em sua história: pela primeira vez traz em sua programação um projeto educativo voltado à mediação em dança. As atividades serão realizadas no Sesc Campinas e, de forma itinerante, em outros espaços da cidade. O projeto conta com ações educativas para o público espontâneo do festival e para grupos de instituições parceiras, além de trazer pesquisas e debates com foco em acessibilidade.

 

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18 países em Campinas

A 14ª Bienal também amplia sua conexão com uma rede internacional de criação. Em 2025, Campinas recebe artistas da África do Sul, Angola, Áustria, Bélgica, Brasil, Chile, Colômbia, Estados Unidos, França, Guadalupe, Holanda, Inglaterra, Japão, Líbano, México, Portugal, Ruanda e Suíça – além de representantes de dez estados brasileiros: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e São Paulo.

 

Dentro desse mapa diverso, ganha relevância a participação da Temporada França-Brasil 2025, realizada em comemoração aos 200 anos de relações diplomáticas entre os dois países. Cinco espetáculos da França continental, de Guadalupe e de ex-colônias francesas integram a programação, propondo diálogos entre ancestralidade, identidade, política e memória, com o apoio do Institut Français.

 

A bailarina e coreógrafa Lēnablou é um dos destaques. Nascida em Guadalupe, território ultramarino francês, a artista apresenta Le Sacre du Sucre [O Rito do Açúcar], uma criação coreográfica em que o açúcar – elemento central da colonização e da exploração nas Antilhas – torna-se metáfora e matéria para um rito que une crítica e dança. Além do espetáculo, Lēnablou faz dois encontros teórico-práticos com o público sobre seus temas de pesquisa e suas técnicas de dança.

 

A participação francesa na Bienal também inclui as obras A mon seul désir [Ao meu único desejo], de Gaëlle Bourges, que parte de tapeçarias medievais para discutir erotismo, poder e imagem com a participação de 30 performers brasileiros; Cellule [Cela], da Nach Van Van Dance Company, com foco na força do krump, estilo nascido nas periferias de Los Angeles e ressignificado pela coreógrafa francesa Nach; Mascarades, de Betty Tchomanga com interpretação de Ndoho Ange, que investiga a figura mítica de Mami Wata em um solo marcado pelo gesto do salto como metáfora do desejo, da transgressão e da existência; e Autophagies [Autofagias], com direção de Eva Doumbia, uma experiência sensorial e política que mistura culinária, performance e memórias ancestrais em um gesto de evocação e resistência.

 

Diálogo com o mundo

Abrindo outros eixos de trocas artísticas, outras presenças internacionais aportam na Bienal. Grupos, coletivos, companhias e artistas da África, América Latina, Europa e Ásia somam perspectivas diversas, trazendo ao palco investigações que atravessam corpo, memória, política e identidade.

 

Entre eles está a bailarina, performer e coreógrafa da África do Sul, mas residente em Bruxelas (Bélgica), Moya Michael, que em It is like a finger pointing a way to the moon [É como um dedo apontando um caminho para a lua] cria uma colagem sensorial de dança, música, vídeo e narrativas, a partir de sua vivência com comunidades do seu país natal e da Namíbia. Já a coreógrafa chilena-mexicana-austríaca Amanda Piña, em EXÓTICA – On the Brown History of European Dance [EXÓTICA — Sobre a História Racializada da Dança Europeia], resgata artistas racializados apagados da história da dança europeia, instaurando um ritual de memória e transformação.

 

Direto da Colômbia, a companhia Sankofa Danzafro presta homenagem ao escritor Manuel Zapata Olivella em Detrás del Sur: Danzas para Manuel [Por Trás do Sul: Danças para Manuel], costurando dança e música em um épico sobre diáspora africana e resistência. Em DARKMATTER [MATÉRIAESCURA], a artista Cherish Menzo (Holanda/Bélgica) articula hip-hop, luz e temporalidades desconexas para questionar imagens preconcebidas sobre corpos negros. Com inspiração no movimento congolês La Sape, o espetáculo Dandyism [Dandismo], realizado em parceria com o Cultura Inglesa Festival, reúne Ziza Patrick (Ruanda/Inglaterra) e Ricardo Januário (Brasil), junto a performers locais, para transformar a moda em resistência e identidade.

 

Do Japão, o duo Nanako Matsumoto e Kengo Nishimoto / team chiipro apresenta Kyoto Imaginary Waltz [Valsa Imaginária de Kyoto], inspirado na chegada da valsa ao país no século 19, refletindo sobre intimidade, toque e contato. O libanês Bassam Abou Diab, em Under the Flesh [Sob a Pele], dialoga diretamente com o público ao transformar experiências de guerra em coreografias de sobrevivência.

 

ZONA DE DERRAMA – first chapter [ZONA DE DERRAMA – primeiro capítulo], de Catol Teixeira, artista do Brasil residente na Suíça, inaugura uma pesquisa coreográfica concebida para espaços abertos ao entardecer, onde harmonia e dissonância moldam a dança. Por fim, o grupo chileno La Huella Teatro apresenta TE MANA HAKAÂRA: El Poder que Permanece [TE MANA HAKAÂRA: O Poder que Permanece], criado a partir de pesquisas e oficinas conduzidas com o povo rapanui, habitante da Ilha de Páscoa, e que costura a herança dessa população por meio das vozes e da corporalidade de mulheres da comunidade.

 

Corpos plurais

A edição 2025 da Bienal reafirma a dança como elemento fundante na criação de comunidades e na valorização social, envolvendo públicos de diferentes contextos e apresentando modos plurais de fazer e pensar a criação em dança. É o caso de ¡La Asimetría Es Más Rica! [A Assimetria É Mais Gostosa!], da artista paulistana Estela Lapponi, que coloca em evidência corpos “fora da norma”. Na obra, ela repete como um mantra a frase-título enquanto corta frutas de diferentes formas com apenas uma das mãos, transformando o gesto em ritual coletivo que afirma a beleza do assimétrico.

 

Em Reino dos Bichos e dos Animais, Esse é o Meu Nome, o Coletivo CIDA, do Rio Grande do Norte, parte da obra de Stella do Patrocínio, para discutir estigmas, desumanização e invisibilidades históricas reunindo artistas com e sem deficiência. A Cia Sansacroma (SP), sob a direção de Gal Martins, traz para a cena Sociedade dos Improdutivos, uma instalação coreográfica que imerge o público e busca desorganizar seu olhar e seus sentidos a partir de investigações em torno da loucura, numa abordagem decolonial e de perspectiva africana.

 

No solo UMA, a Cia Sacana, de São Paulo, apresenta Ymoirá Micall em um mergulho no conceito de corpo-palavra. A artista atravessa texto, dança e música para investigar o que significa “ser”, elaborando sua experiência como pessoa preta e travesti diante de silenciamentos e resistências. No espetáculo Vogue Funk, dirigido por Patfudyda, poses e passos se entrelaçam para desafiar convenções e criar novas conexões históricas e culturais a partir do encontro entre o baile funk e o vogue ball. Vindo do Rio de Janeiro, o trabalho reúne performers de ambas as linguagens, unidas pela mesma raiz periférica e majoritariamente preta, que se afirma como símbolo de resistência cultural, política e social.

 

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Inspirado na boate criada pelos avós do diretor Kelson Barros no interior do Maranhão, nos anos 1970, a obra Le Bizu, da Clarin Cia. de Dança, de São Paulo, transforma o palco em pista de dança e costura música ao vivo, memórias familiares e coreografias que transitam entre o balé, a dança contemporânea e os bailes populares. Em Serenatas, a coreógrafa Soraya Portela (PI) convoca mulheres com mais de 60 anos a suspenderem suas rotinas para experimentar a dança como prática de vida. Ao habitar um ateliê de criação conjunta, elas exploram memórias, erotismo e pertencimento, expandindo imagens sobre o envelhecer e reivindicando o direito de criar em qualquer idade.

 

Já em E nunca as minhas mãos estão vazias, de Cristian Duarte em companhia, nove artistas criam uma convivência radical em cena. Na obra dirigida pelo coreógrafo paulistano, sons, gestos e palavras surgem e se desfazem ao vivo, entre estrutura e improviso, como presenças em permanente estado de invenção.

 

Identidade e memórias

A Bienal abre espaço para danças que carregam memórias ancestrais, insurgências e modos de imaginar futuros não coloniais. São corpos que evocam cosmologias, desafiam estigmas, resgatam histórias silenciadas e, ao mesmo tempo, inventam outras linguagens de presença.

 

A travessia entre Angola e Brasil pulsa em Ekesa – Sanko, onde a identidade se manifesta como corpo vivo em movimento. Afrocontemporaneidade, danças tradicionais angolanas, improvisação somática e danças urbanas se entrelaçam na criação da Companhia de Dança Corpus Entre Mundos. A figura de Anastácia, marcada historicamente pela mordaça, ganha sorriso e liberdade em Negrociação: Minha Língua Está em Sua Boca e Eu a Quero de Volta. Do Rio de Janeiro, o artista Yhuri Cruz convoca o público a partilhar vozes e línguas em um ato de troca que dramatiza memórias afrodiaspóricas e reinscreve a potência de existir e falar.

 

A Bailarina Fantasma nasce do encontro entre a icônica escultura de Degas e os relatos da bailarina negra Verônica Santos. A instalação cênica – indicada ao Prêmio APCA de Dança 2024 nas categorias Espetáculo e Intérprete, além de ser indicada ao Prêmio Shell de Teatro 2024 na categoria Cenografia – revela um corpo que insiste em dançar apesar de apagamentos e violências.

 

Uma corda que separa foliões no Carnaval da Bahia se transforma em metáfora de fronteira, exclusão e invenção em Cordeiros. Nas mãos e corpos dos artistas fluminenses Alan Ferreira e Tony Hewerton, ela deixa de ser barreira e passa a girar como motor de novas imagens para corpos dissidentes, conectando festa popular, resistência e afeto. Em Descaminhos, o coletivo Afrobunker (RJ/BA) responde à questão: De onde vem o desejo que move um corpo preto em meio a apagamentos?, mergulhando nos desvios e nos contrabandos da história. Cada dançarino aciona memórias interditadas que se cruzam em cena, revelando a potência de reexistir e renomear o mundo pela dança.

 

Entre cores, imagens e sons, Brinquedo: De Onde Surgem os Sonhos?, do maranhense Tiyê Macau, propõe estratégias para adiar os fins do mundo com paraquedas multicoloridos, danças e palavras. Em Dança Monstro, último capítulo da trilogia da Companhia dos Pés, de Alagoas, a nudez é tomada como chave para reconectar o humano à natureza atravessada pelo tambor de crioula, pelo toré indígena e pelos princípios do tai chi chuan.

 

O tempo em espiral guia Ntanga, criação de Inaê Moreira, Júlia Lima e Danielli Mendes (BA/SP). Inspirada na cosmopercepção bakongo, a obra recusa a linha reta do progresso e faz da dança, da palavra e do canto feitiços para interligar passado, presente e futuro, abrindo clareiras de mundos não coloniais.

 

Performances pela cidade

As performances da Bienal percorrem territórios diversos ocupando vários pontos de Campinas. Entre as obras, destaque para as inéditas MINAS DE OURO | Experiência nº 2 | Performance Monumento e Quintal.

 

Na primeira, a coreógrafa, cineasta e artista multidisciplinar carioca Carmen Luz apresenta um cortejo urbano, que mescla samba, memória e intervenção artística para ressignificar a imagem da mulher negra sambista. Inspirada em símbolos do comércio de ouro nas grandes cidades, a obra reúne artistas do Rio de Janeiro e de Campinas em um percurso público. Nesse embate entre corpo, cidade e história, questiona estigmas e revela as potências criativas e ancestrais dessas mulheres. Já a segunda, une Minas Gerais, Ceará e Bahia com os artistas Gil Amâncio, Luiz de Abreu e Altemar Di Monteiro. Inspirados no conceito de quintal como espaço de invenção e vadiagem, os três embaralham dança, música e teatro em um jogo de improviso que rompe hierarquias.

 

Do Rio de Janeiro, o Baile Charme do Viaduto de Madureira transforma o público em parte do espetáculo, trazendo para Campinas a batida negra e os passos sincronizados que há mais de 30 anos marcam a cena carioca. Do Maranhão, Leônidas Portella apresenta Couraça, performance do Núcleo Atmosfera que funde corpo, canto popular e a lenda do Bumba Meu Boi em um rito de cura e resistência.

 

De Minas Gerais, o Camaleão Grupo de Dança apresenta Verga, criação coletiva inspirada na capoeira, que tensiona dualidades e transforma luta em dança. Do Norte, Uýra traz Ponto Final, Ponto Seguido, um rito de rememoração que, com terra preta, desenha raízes no espaço urbano e evoca ressurgências da floresta sob o asfalto. A mineira Malu Avelar homenageia Geraldo Filme na performance criada em São Paulo Cordão, evocando o samba e a presença do corpo negro e LGBTQIA+ no Carnaval como rito de continuidade ancestral. Em Rito Artístico: Farinha Poética, o artista Juani Maniva transforma lembranças da produção de mandioca no Pará em um ritual de reconciliação entre corpo, território e ancestralidade.

 

Artistas de Campinas na programação

Campinas comparece à Bienal com artistas e coletivos que trazem para o palco obras que nascem do chão da cidade e reverberam para muito além dela. Com sete horas de duração, A Belíssima Casa de Odara apresenta O GRANDE BAILE é um mergulho na cena ballroom. Performances, e batalhas afirmam beleza, ancestralidade e pluralidade das culturas negras, LGBTQIAPN+ e periféricas, transformando a noite em festa e resistência.

 

Com rodopios que evocam maracatu, jongo, ijexá e samba de roda, o GiraSaia Grupo apresenta Saias, na qual a saia se torna símbolo de força e liberdade, conduzindo danças, poemas, percussão e cantos que evocam ancestralidade e feminilidade. Em Flow & Flava, a Cia. Eclipse Cultura e Arte recria a vibração do hip-hop em encontros performáticos e batalhas de breaking.

 

Entre sons e improvisos, crianças e famílias são convidadas a transformar música em movimento na Jam Infantil, do Coletivo Artístico SalaMUDA. A prática da “sombra” faz do corpo um tradutor rítmico, atravessando estilos que vão do hip-hop à dança contemporânea.

 

Dança para crianças

Seguindo a tradição de uma programação dedicada às famílias e crianças, a 14ª edição da Bienal Sesc de Dança não poderia ser diferente e traz apresentações voltadas para a primeira infância, como Assombrinho, do paulista Núcleo Quanta e Pinhé… e Outras Formas de Abraço, do Núcleo Nascedouro, de Campinas.

 

No sábado, dia 4 de outubro, das 14h às 18h, a Gare do CIS Guanabara se transforma em palco para todas as idades com apresentações de quatro espetáculos: KDEIRAZ, de Natália Mendonça (Brasil/Portugal), se utiliza da experimentação de jogos cênicos com o intuito de problematizar o uso excessivo da cadeira no nosso cotidiano. Já O Diário de Duas Bicicletas, do Grupo Ângelo Madureira e Ana Catarina Vieira, traz o frevo, o maracatu, o samba e a dança afro; Mané Boneco, do Grupo Zumb.boys, é inspirada no boneco brasileiro Mané Gostoso, feito de madeira, com pernas e braços facilmente articulados, através de cordões e a Jam Infantil, do campineiro SalaMUDA.

 

A proposta é que o público ocupe o espaço com calma e alegria: a sugestão é levar toalhas, cangas e cestinhas para um piquenique coletivo, curtindo a tarde entre dança, encontros e sabores. Assim, a estação se torna um grande quintal cultural, aberto para brincar e compartilhar experiências.

 

Instalação

Entre as ações que expandem o olhar da Bienal para além dos palcos, a instalação Cosmologias Ballroom ocupa o espaço expositivo do Sesc Campinas entre 26 de setembro e 5 de outubro. A exposição apresenta o universo da cultura ballroom por meio de fotografias, obras instalativas, performances, oficina e roda de conversa. Criada inicialmente no Solar dos Abacaxis, no Rio de Janeiro, a exposição chega à Bienal em um novo recorte, propondo um mergulho nesse ecossistema vibrante que articula arte, identidade e sociabilidade em torno dos bailes e das famílias escolhidas.

 

Com curadoria de Diego Pereira (RJ) e Flip Couto (SP), a instalação reúne trabalhos de Cintia Rizoli (SP), Fênix Zion (AL/SP), Retinto Fêrcar (RJ), Puri Yaguarete (RJ) e Idra Maria (RJ), reafirmando a potência estética e política da cena ballroom. A visitação é gratuita e livre para todas as idades.

 

Saberes e banca de impressos

Além da programação de espetáculos e performances, a Bienal aposta em um conjunto robusto de ações formativas, abrindo espaço para o encontro entre artistas, público e saberes. Nas Conferências Dançadas, os temas de pesquisa ganham corpo em palavras e gestos, reunindo nomes como Holly  Cavrell, bailarina e professora da Unicamp; o artista e pesquisador, Bruno Levorin; a coreógrafa caribenha LēnaBlou, de Guadalupe; a norte-americana Jonovia Chase, figura central das comunidades ballroom e trans, e Carmen Luz, referência da cena negra no Brasil.

 

Já nos encontros intitulados Passe de Mestre, artistas compartilham suas técnicas em experiências práticas que atravessam tradições e linguagens. Do Balé Folclórico da Bahia à potência do krump da francesa Nach, passando pela pesquisa de Cherish Menzo (Holanda e Bélgica) e pelas práticas ligadas ao universo do ballroom, conduzidas por Félix Pimenta e pela própria Jonovia Chase, os participantes encontram oportunidades de aprendizado e troca direta com quem faz a cena contemporânea pulsar.

 

Oficinas para grupos dos programas desenvolvidos pelo Sesc São Paulo também ocupam lugar de destaque, como a participação de Flip Couto e João Carlos Couto (Janjão) no curso de Produção Cultural para Jovens dentro do Programa Juventudes, e atividades voltadas às crianças do Programa Curumim, como BrinKderiaZ, de Natália Mendonça e Maurício Alves, e Mané Boneco, com o grupo Zumb.boys.

 

Uma novidade desta edição é o projeto Coreografias em Papel, idealizado pela equipe de curadoria da Bienal e organizado pela Banca Tatuí, que chega pela primeira vez à Bienal trazendo uma banca de impressos sobre dança. Disponível todos os dias do festival no Sesc Campinas, a ação amplia a experiência do público, oferecendo um espaço de leitura, descoberta e circulação de publicações que se movem entre a crítica, a pesquisa e a experimentação gráfica.

 

No decorrer da Bienal Sesc de Dança, a área de convivência do Sesc Campinas ganha nova vida com o Ponto de Encontro, momento em que o espaço se transforma em pista aberta para shows, performances e discotecagens. Mais do que reunir pessoas, a atividade propõe um ambiente de troca e liberdade, onde cada corpo é convidado a experimentar o movimento, interagir e viver a dança em sintonia com a energia coletiva do festival.

 

Inclusão em cena

Recursos de acessibilidade em diversos espetáculos da programação da 14ª Bienal Sesc de Dança reafirma o compromisso do festival com a democratização do acesso às artes cênicas. Entre as apresentações com tradução em Libras estão A Belíssima Casa de Odara apresenta: O GRANDE BAILE!, A Bailarina Fantasma, Dandyism [Dandismo] e Under the Flesh [Sob a Pele], além das formativas Conferências Dançadas. Já o espetáculo Reino dos Bichos e dos Animais, Esse é o Meu Nome incorpora em sua própria concepção artística tanto a tradução em Libras quanto a audiodescrição. Outras obras contam com audiodescrição, como ¡La Asimetría Es Más Rica! [A Assimetria É Mais Gostosa!], enquanto as montagens O Balé que Você Não Vê e Detrás del Sur: Danzas para Manuel [Por Trás do Sul: Danças para Manuel] e a instalação Cosmologias Ballroom ampliam a experiência com visitas táteis, aproximando o público dos processos criativos. Essas ações garantem que a dança possa ser vivenciada de diferentes maneiras, promovendo inclusão e multiplicidade de percepções.

 

Serviço:

BIENAL SESC DE DANÇA

De 25 de setembro a 5 de outubro – Campinas (SP).

Programação completa no site sescsp.org.br/bienaldedanca.

Venda de Ingressos a partir de 3 de setembro (quarta-feira), às 15h, on-line no aplicativo Credencial Sesc SP, na Central de Relacionamento Digital (centralrelacionamento.sescsp.org.br) e presencialmente nas bilheterias das unidades do Sesc São Paulo.  

 

Ingressos – R$ 40 (inteira), R$ 20 (pessoas com +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino) e R$ 12 (credencial plena).

 

 

 

 

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Bienal Sesc de Dança realiza extensão em

São Paulo com obras nacionais e internacionais

 

Em paralelo à sua programação em Campinas, a 14ª Bienal Sesc de Dança amplia o alcance do festival com uma extensão em São Paulo. Entre 27 de setembro e 10 de outubro, unidades do Sesc recebem espetáculos que compõem a grade artística do evento, proporcionando ao público paulistano a oportunidade de acompanhar uma seleção de obras nacionais e internacionais que discutem memória, ancestralidade, identidade e novas estéticas da dança contemporânea.

 

A capital paulista recebe uma programação diversa com criações vindas do Japão, França, Holanda, Bélgica, Ruanda e Inglaterra. Do Brasil, sobem ao palco coreografias da Bahia e Rio Grande do Norte.

 

Abrindo a extensão, o duo Nanako Matsumoto e Kengo Nishimoto / team chiipro, do Japão, apresenta Kyoto Imaginary Waltz [Valsa Imaginária de Kyoto] – 27 e 28 de setembro, sábado 20h e domingo 18h, no Sesc Pompeia – obra inspirada na chegada da valsa ao país oriental no século 19, que reflete sobre intimidade, toque e contato.

 

Do Brasil, o Balé Folclórico da Bahia traz O Balé que você não vê (28 de setembro, domingo, 18h, no Sesc Pinheiros), montagem que abre a Bienal em Campinas. A criação marca o retorno da companhia aos palcos no pós-pandemia e convida o público aos bastidores do grupo, revelando a força de quem mantém viva a dança afro-baiana profissional. Com coreografias de Nildinha Fonseca, Slim Mello, Carlos Santos e Rosângela Silvestre, sob direção de José Carlos Arandiba, o Zebrinha, a obra celebra resistência, ancestralidade e vitalidade.

 

Da França, a Nach Van Van Dance Company apresenta Cellule [Cela] – 30 de setembro, terça-feira, 20h, no Sesc 14 Bis –, um mergulho no krump, dança de rua surgida em Los Angeles e ressignificada pela coreógrafa francesa. No Sesc Belenzinho, duas produções ganham destaque: Mascarades, de Betty Tchomanga com interpretação de Ndoho Ange – 2 e 4 de outubro, quinta-feira, 21h e sábado, 17h –, que investiga a figura mítica de Mami Wata em um solo marcado pelo gesto do salto como metáfora do desejo, da transgressão e da existência; e A mon seul désir [Ao meu único desejo] de Gaëlle Bourges, obra que parte de tapeçarias medievais para discutir erotismo, poder e imagens, com a participação de 30 performers brasileiros (4 e 5 de outubro, sábado, 21h e domingo, 18h).

 

As três obras integram a Temporada França-Brasil 2025, realizada em celebração aos 200 anos de relações diplomáticas entre os dois países, propondo diálogos entre ancestralidade, identidade, política e memória.

 

Pluralidade nos palcos

Dandyism [Dandismo], realizado em parceria com o Cultura Inglesa Festival, ganha uma circulação com apresentações gratuitas no Sesc Carmo (3 de outubro, sexta-feira, 14h), Sesc Itaquera (4 de outubro, sábado, 16h) e Sesc Campo Limpo (5 de outubro, domingo, 14h). Com inspiração no movimento congolês La Sape, a obra reúne Ziza Patrick (Ruanda/Inglaterra) e Ricardo Januário (Brasil), junto a performers locais, para transformar a moda em resistência e identidade.

 

Nos dias 4 e 5 de outubro, sábado, 20h e domingo, 18h, o Sesc Consolação recebe DARKMATTER [MATÉRIAESCURA], da artista Cherish Menzo (Holanda/Bélgica), que articula hip-hop, iluminação e temporalidades desconexas para questionar imagens preconcebidas sobre corpos negros.

 

Encerrando a extensão paulistana, o Coletivo CIDA – Coletivo Independente Dependente de Artistas, do Rio Grande do Norte, apresenta Reino dos Bichos e dos Animais, Esse é o Meu Nome (9 e 10 de outubro, quinta e sexta-feira, 19h, no Sesc 24 de Maio). Inspirada na obra de Stella do Patrocínio, a montagem discute estigmas, desumanização e invisibilidades históricas, reunindo artistas com e sem deficiência.

 

Serviço:

 

EXTENSÃO BIENAL SESC DE DANÇA

Programação completa no site sescsp.org.br/bienaldedanca.

Venda de Ingressos: on-line no aplicativo Credencial Sesc SP, na Central de Relacionamento Digital (centralrelacionamento.sescsp.org.br) e presencialmente nas bilheterias das unidades do Sesc São Paulo.  

 

Espetáculos:

 

Kyoto Imaginary Waltz [Valsa Imaginária de Kyoto]

Nanako Matsumoto e Kengo Nishimoto / team chiipro | Japão.

27 e 28 de setembro, sábado, 20h e domingo, 18h.

Sesc Pompeia – Rua Clélia, 93 – Pompeia, São Paulo.

60 minutos | Livre | R$40 (inteira), R$20 (pessoas com +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino) e R$12 (credencial plena).

 

O Balé que você não vê

Balé Folclórico da Bahia | Bahia.

28 de setembro, domingo, 18h.

Sesc Pinheiros – Rua Pais Leme, 195 – Pinheiros, São Paulo.

120 minutos (inclui intervalo de 20 minutos) | Livre | R$40 (inteira), R$20 (pessoas com +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino) e R$12 (credencial plena).

 

Cellule [Cela]

Nach Van Van Dance Company | França.

30 de setembro, terça, 20h.

Sesc 14 Bis – Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – Bela Vista, São Paulo.

45 minutos | 12 anos | R$40 (inteira), R$20 (pessoas com +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino) e R$12 (credencial plena).

 

Mascarades

Betty Tchomanga | França.

2 e 4 de outubro, quinta-feira, 21h e sábado, 17h.

Sesc Belenzinho – Rua Padre Adelino, 1000 – Belenzinho, São Paulo.

45 minutos | 12 anos | R$40 (inteira), R$20 (pessoas com +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino) e R$12 (credencial plena).

 

Dandyism [Dandismo]

Ziza Patrick e Ricardo Januário | Ruanda, Inglaterra e Brasil.

3 de outubro, sexta-feira, 14h.

Sesc Carmo – Rua do Carmo, 147 – Sé, São Paulo.

4 de outubro, sábado, 16h.

Sesc Itaquera – Av. Fernando do Espírito Santo Alves de Mattos, 1000 – Parque do Carmo, São Paulo

5 de outubro, domingo, 14h.

Sesc Campo Limpo – Rua Nossa Sra. do Bom Conselho, 120 – Vila Prel, São Paulo.

35 minutos | Livre | Gratuito.

 

A mon seul désir [Ao meu único desejo]

association Os – Gaëlle Bourges | França.

4 e 5 de outubro, sábado, 21h e domingo, 18h.

Sesc Belenzinho – Rua Padre Adelino, 1000 – Belenzinho, São Paulo.

45 minutos | 16 anos | R$40 (inteira), R$20 (pessoas com +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino) e R$12 (credencial plena).

 

DARKMATTER [MATÉRIAESCURA]

Cherish Menzo/GRIP & Frascati Producties | Holanda e Bélgica.

4 e 5 de outubro, sábado, 20h e domingo, 18h.

Sesc Consolação – R. Dr. Vila Nova, 245 – Vila Buarque, São Paulo.

85 minutos | 16 anos | R$40 (inteira), R$20 (pessoas com +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino) e R$12 (credencial plena).

 

Reino dos Bichos e dos Animais, Esse é o Meu Nome

Coletivo CIDA – Coletivo Independente Dependente de Artistas | Rio Grande do Norte.

9 e 10 de outubro, quinta e sexta-feira,

Sesc 24 de Maio – Rua 24 de Maio, 109 – República, São Paulo.

45 minutos | 16 anos | R$40 (inteira), R$20 (pessoas com +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino) e R$12 (credencial plena).

 

 

Assessoria de Imprensa Bienal Sesc de Dança

Nossa Senhora da Pauta Assessoria de Comunicação

Frederico Paula – MTb-SP: 28.319

 

 

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