INDICADO AO PRÊMIO SHELL DE TEATRO TARSILA OU A VACINA ANTROPOFÁGICA VOLTA AOS PALCOS
- Laila Merola

- 19 de jun. de 2023
- 5 min de leitura
Atualizado: 20 de jun. de 2023
INDICADO AO PRÊMIO SHELL DE TEATRO DE MELHOR DRAMATURGIA
Após apresentações em Paris e Lisboa, espetáculo da Estelar de
Teatro reabre o Teatro Estelar, que passou por reforma e conta
com novas poltronas. Antes da reestreia o grupo paulista realiza
o Seminário Provocações Modernistas com o objetivo de
aprofundar a contribuição das mulheres no modernismo brasileiro

O encenador José Celso Martinez Correa diz que o modernismo é sempre evocado quando o Brasil passa por uma grande crise cultural e social. TARSILA OU A VACINA ANTROPOFÁGICA, novo trabalho da Estelar de Teatro, nasceu de perguntas “desassossegadas” em um momento em que o Brasil parece ter se perdido numa encruzilhada cultural, moral, social e política. Com texto, codireção e atuação de Viviane Dias – indicada ao Prêmio Shell de Teatro de melhor Dramaturgia – montagem teve sua reestreia em junho, no Teatro Estelar e terá ingressos no sistema “pague quanto puder”. A temporada vai até dia 16 de julho.
As apresentações de TARSILA OU A VACINA ANTROPOFÁGICA integram a Trilogia Modernista que contará com os espetáculos Mário Negreiro ou Anderson de Andrade e O Futuro é Ancestral – Um Rito Carteado Antropofágico. O projeto da Estelar de Teatro foi contemplado pelo Prêmio Zé Renato de Teatro da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.
Em TARSILA OU A VACINA ANTROPOFÁGICA Viviane Dias lança olhar para o Brasil de ontem e de hoje na busca de saltar os entroncamentos da história, num tempo em que novas imagens se fazem necessárias. O texto e a encenação bebem nos mais de 17 anos de experiência da Estelar de Teatro pesquisando uma cena de voz feminina e antropofágica, no território de integração das artes, especialmente as artes visuais, com forte presença da poesia, das imagens, das novas tecnologias, da música e da festa.

Diálogo inquieto
Na encenação de Viviane Dias, Tarsila, um corpo assentamento do Modernismo, acorda de seu sono no cosmos, num grande vazio em que sua única certeza é a necessidade de criar uma nova imagem – um condensado de energia inspiradora de futuros – antes que o gigante Piaimã (Venceslau Pietro Petra), comedor de pedras, tente devorá-la.
Considerada uma das principais artistas modernistas latino-americanas, Tarsila do Amaral, figura central do espetáculo, propõe, com muito humor e a beleza das imagens de sua autoria, que inspiraram a dramaturgia, um passeio crítico pelo Modernismo Brasileiro, movimento gênese de uma nova ideia de arte.
Na encenação, o passado cultural mítico, nativo é revalorizado e serve de inspiração para um imaginário exuberante, mágico, poético, libertário, bem como a voz feminista, a valorização de mulheres criadoras do Brasil, não só no tema, mas na linguagem porosa e poética, que abre espaço para a fecunda parceria com a música original e as artes visuais para um diálogo inquieto com um dos momentos mais fecundos da vida cultural brasileira e o tempo presente.
Para Viviane Dias, a peça tem um viés profundamente feminista e propõe novos ritos de inclusão e novos imaginários, além da possibilidade de recriar a história cultural brasileira contemporânea. “É uma peça para chamar utopias, construída como um rito artístico em que Tarsila e público buscam, na evocação das criações Modernistas e seu entrecruzamento com o tempo que nos é dado viver, a tão sonhada Vacina Antropofágica: uma vacina para o imaginário, capaz de engendrar novas sínteses e proteger o Brasil do futuro!”, explica a artista.
Sobre a Estelar de Teatro
Companhia que existe desde 2006, com sede no Bixiga (Teatro Estelar) e que já circulou com seu trabalho pelo Brasil e países como França, Itália, Alemanha, Portugal, México e Chile. Além de trabalho continuado em pesquisa e criação teatral, a companhia realizou uma série de residências artísticas internacionais em teatros como o Odin Teatret e o Potlach (braço do Odin) com destaque para o trabalho com o diretor e pedagogo russo Jurij Alschitz. No repertório da companhia estão espetáculos, como Matriarcado de Pindorama (apresentações no Teatro Estelar e em Ocupação no Museu do Ipiranga, a convite do Sesc SP); Matriarcado-América: A Máquina dos Sonhos; Frida Kahlo – Calor e Frio (mais de 200 apresentações no Brasil e exterior); Invasores de Sistemas; Caim; Mestres do Jogo e Alice. Todos os textos são de Viviane Dias e direção de Ismar Smith ou codireção de Ismar Smith e Viviane Dias. A Estelar de Teatro acumula prêmios e reconhecimentos dentro e fora do país, como o Prêmio Zé Renato (2022); Programa Municipal de Fomento ao Teatro (2020 e 2018); os Proacs Circulação (2016), Artes Integradas (2017) e Dramaturgia (2019), bem como o Iberescena (2014) e o Prêmio de Difusão Cultural e Científica Internacional da USP (2013).

Sobre Viviane Dias
Dramaturga, atriz, diretora, uma das fundadoras da Estelar de Teatro e idealizadora de todos os projetos e circulações internacionais da companhia. Doutora em artes Cênicas – num doutorado Sanduíche entre Université Paris VIII e ECA-USP – e Mestra em Artes Cênicas pela ECA-USP, com um segundo mestrado em pedagogia teatral orientada diretamente pelo diretor russo Jurij Alschitz na UNAM, Universidade Nacional Autônoma do México. Apresentou seu trabalho autoral na França, Portugal, Chile, México, Itália e Alemanha. Tem uma das poucas cartas de confiança do mestre russo Jurij Alschitz, que a autoriza a escrever e dar aulas sobre sua abordagem pedagógica que sintetiza a tradição russa e necessidades da cena contemporânea. Já deu aulas em Universidades como a ECA-USP; Universidade de São João Del Rey; UNAM e a Escola Superior de Artes de Yucátan, ambas no México; Centro de Pesquisas Teatrais AKT-Zent, em Berlim e em Paris.
Realizou uma série de residências artísticas internacionais, com importantes grupos e diretores contemporâneos na Polônia (Instituto Grotowski, com Anatoli Vassiliev; Ìndia (Milôn Milá); Itália, Alemanha (AKT-ZENT) e Dinamarca. Representou as Américas no Dia Internacional do Teatro em 2021, em evento do ITI – International Theatre Institute e Unesco. É autora dos livros Frida Kahlo: Calor e Frio - um caminho para a palavra performativa, Matriarcado de Pindorama & outras Imagens – Manhãs e Matriarcado-América: a Máquina dos Sonhos. Teve 12 textos encenados, entre eles, destacam-se Matriarcado-América (A Sociedade das Eróticas em Menopausa e A Máquina dos Sonhos); Matriarcado de Pindorama (também como codiretora e atriz); Frida Kahlo – Calor e Frio; Caim; Mestres do Jogo; Alice; Bixiga - Uma Bela Vista, direção de Roberto Lage e BarGaia e Em Alguma Margem, no Rio, direção de Jairo Mattos. Na TV participou por sete anos do Programa Globo Rural (Rede Globo).
Serviço:
TARSILA OU A VACINA ANTROPOFÁGICA
Temporada até 16 de julho, sexta-feira e sábado às 21h e domingo às 19h.
Teatro Estelar – Rua 13 de Maio, 120 – Bela Vista, São Paulo.
70 minutos | 12 anos | ingressos pague quanto puder.
Ficha técnica:
Com a Estelar de Teatro. Texto – Viviane Dias. Direção – Ismar Smith e Viviane Dias. Elenco – Viviane Dias. Vídeo-Cenários – Vic Von Poser. Elenco projetado em Imagens – Anderson Negreiro e Ismar Smith. Música Original – Gabriel Moreira. Assessoria de Imprensa – Nossa Senhora da Pauta.
Assessoria de Imprensa
Nossa Senhora da Pauta
Frederico Paula – MTb-SP: 28.319
(11) 99658-3575 | frederico@ nossasenhoradapauta.com.br
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Laila Merola é terapeuta emocional e escritora, sendo autora do Projeto As Garotas do Calendário e vários livros com temas para o Universo Feminino, e livros infantis - Coletânea Crescendo e Feliz. Visite o Blog e conheça seu trabalho e aproveite para conhecer o seu canal no you Tube!





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