PEÇA-SHOW DA CIA. LES COMMEDIENS TROPICALES E QUARTETO À DERIVA
- Laila Merola

- 17 de ago. de 2023
- 4 min de leitura
A Cia. Les Commediens Tropicales e o grupo musical Quarteto à Deriva desconstroem o mito de medusa na peça-show Medusa in.conSerto

Medusa in.conSerto cria paralelos com a realidade da mulher
na atualidade e traz o teatro de rua para a sala de espetáculo,
brincando com o imaginário grego e o contexto urbano contemporâneo
Medusa, a “mulher monstra” de olhar petrificante e serpentes no cabelo da mitologia grega, tem seu mito desconstruído na peça-show Medusa in.conSerto, da Cia. Les Commediens Tropicales e do Quarteto à Deriva. As apresentações gratuitas acontecem de 24 a 27 de agosto, quinta-feira a sábado às 21h e domingo às 20h, no Centro Cultural São Paulo.
A partir das poucas linhas que o poeta Ovídio (43 a.C.-17d.C) usou em sua obra clássica Metamorfoses para apresentar Medusa, uma das figuras mais temidas da mitologia grega, a Cia. Les Commediens Tropicales e o Quarteto À Deriva conceberam uma peça-show que traz para o espaço fechado conceitos que estruturam o teatro de rua. Trata-se de uma montagem que nasceu a partir das experiências vividas pelos dois coletivos paulistanos nas apresentações da obra Medusa Concreta, em 2018, tendo como palco o Vale do Anhangabaú, na região central da capital paulista.
“Reformulamos o material cênico e discursivo para convidar o público a dividir o mesmo espaço da cena. Em Medusa in.conSerto, o espectador pode decidir de onde prefere olhar as cenas e escutar as diversas músicas e canções da peça, estando livre para caminhar num jardim de estátuas de pedra, por entre músicos, atrizes e atores”, explica a artista Tetembua Dandara, da Cia. Les Commediens Tropicales.

Carnaval fora de época
No mito grego original, Medusa é uma sacerdotisa do templo de Atena que tem o seu corpo violado por Poseidon, o rei dos mares, e ainda é castigada pela própria Atena, deusa da justiça e da sabedoria. Em Medusa in.conSerto, o texto e a música constroem uma peça que busca contrariar o papel imposto pelos caprichos divinos à Medusa e que lança novos olhares (e novas pedras) à cultura de culpabilização da vítima. “Trazemos a experiência das ruas para o espaço das salas de espetáculos, aprofundando ainda mais a linguagem cênico-musical na apropriação de elementos do funk, slam, poemas visuais, canções e stand-up”, destaca Tetembua.
A direção de arte de Medusa in.conSerto, assinada por Renan Marcondes e José Valdir Albuquerque, é pensada de forma a constituir uma espécie de carnaval capenga fora de época, fazendo da experiência artística uma grande manifestação pública que brinca com o imaginário grego e com o contexto urbano atual, entre togas gregas, bonés de aba reta, jardim de pedras e projeção de vídeos.

Sobre os coletivos
Criada em 2003, dentro do curso de Artes Cênicas da Universidade de Campinas (Unicamp), a Cia. Les Commediens Tropicales está radicada na capital paulista desde 2005. Ao longo de sua trajetória já concebeu os seguintes espetáculos: Galvez Imperador do Acre (2005), Chalaça - a peça (2006), A Última Quimera (2007), 2º D.Pedro 2º (2009), O Pato Selvagem (2010), (ver[ ]ter) (2011), Concílio da Destruição (2012), Guerra sem Batalha (2013), (ver[ ]ter) à deriva (2015), Mauser de garagem (2016), BAAL.material (2016), Medusa Concreta (2018) e OMUROREVERORUMO (2019). Desde 2010 a Cia. LCT trabalha com o Quarteto à Deriva e todas as peças foram criadas em conjunto. As criações desde 2012 fazem parte do repertório e evidenciam o interesse da Cia. LCT na interseção de linguagens: teatro, dança, música, videoarte e intervenção urbana.
Já o Quarteto À Deriva é um grupo de música contemporânea improvisada que foca seu trabalho na elaboração de situações musicais com potencial criativo, baseadas na improvisação e interação livre entre os músicos. Formado por Daniel Muller, Guilherme Marques, Rui Barossi e Beto Sporleder, o Quarteto à Deriva consolidou seu estilo em seis álbuns autorais: À Deriva (2006), À Deriva II (2008), Suíte do Náufrago (2010), Móbile (2013), De Senhores, Baronesas, Botos, Urubus, Cabritos e Ovelhas (com Cau Karam, em 2013) e O Muro Rever o Muro (2016).
Serviço:
Medusa in.conSerto
De 24 a 27 de agosto, quinta-feira a sábado às 21h e domingo às 20h.
Centro Cultural São Paulo – Rua Vergueiro, 1000 – Paraíso, São Paulo
90 minutos | 12 anos | Gratuito.
Sinopse:
Peça-show da Cia. Les Commediens Tropicales e Quarteto À Deriva a partir do mito de Medusa e das experiências de apresentações públicas no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, no ano de 2018. Esta obra cênico-musical abre alas ao protagonismo de Medusa, conhecida mulher-monstra de olhar paralisante, que teve seu corpo violado por Poseidon, o rei dos mares, dentro templo de Atenas, pilar de justiça e sabedoria da pólis grega. Medusa in.conSerto reescreve sua história no teatro e na música, lançando serpentes dos mais variados venenos aos homens e pedras de nosso tempo.
Ficha técnica:
Concepção, Dramaturgia e Encenação – Cia. Les Commediens Tropicales e Quarteto À Deriva | Beto Sporleder, Carlos Canhameiro, Daniel Müller, Guilherme Marques, Michele Navarro, Paula Mirhan, Rodrigo Bianchini, Rui Barossi e Tetembua Dandara. Elenco –Beto Sporleder, Cauê Gouveia, Daniel Muller, Guilherme Marques, Rui Barossi, Paula Mirhan, Michele Navarro, Rodrigo Bianchini, Tetembua Dandara. Textos – Carlos Canhameiro e Michele Navarro (a partir do mito de Medusa). Música – Quarteto À Deriva e Paula Mirhan. Pensamento Visual – José Valdir e Renan Marcondes. Iluminação – Daniel Gonzalez. Técnico de Cena – Matias Arce. Técnico de Luz – Cauê Gouvea. Técnico de Som – Murilo Gil. Adereços – Bira. Pensamento Corporal – Núcleo Cinematográfico de Dança | Maristela Estela e Mariana Sucupira. Produção – Mariana Pessoa e Tetembua Dandara. Assessoria de Imprensa – Nossa Senhora da Pauta. Fotos – Mari Chama e Jorge Etecheber.
Assessoria de Imprensa
Nossa Senhora da Pauta
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